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Mostrando postagens de agosto, 2019

Quando o amor começa - Quarta Parte

"Esta é uma obra de ficção, qualquer semelhança com nomes, pessoas, factos ou situações da vida real terá sido mera coincidência." Era sexta-feira. Às 19 horas se ouviu o tilintar da campainha, anunciando a chegada pontual do rapaz que viera busca-la para o passeio. O convite para o cinema havia sido recusado inicialmente, mas depois de alguma insistência e uma boa dose de conselhos encorajadores de Letícia, Marcela tomou a sábia decisão de dar seguimento a vida, aceitando o pedido cortês do amigo.  Haviam pesquisado na internet anteriormente oque estaria em cartaz naquela data e optaram por assistir "Depois daquela montanha" , filme estrelado por    Kate Winslet   e  Idris Elba . O caminho até lá foi preenchido por conversas triviais, sobre o trabalho, política, fofocas quentes de amigos em comum, nada que pudesse considerar realmente relevante.  Pagaram as entradas e compraram as pipocas, viram o filme e no fim, olharam para si arrependendo-se da má es

Decisão

"Esta é uma obra de ficção, qualquer semelhança com nomes, pessoas, factos ou situações da vida real terá sido mera coincidência." Dedico esse conto a um "amigo", que após vivenciar incríveis experiencias, teve uma grande decepção. A você: T. Na manhã seguinte, depois de uma noite agitada e uma semana dormindo tarde, perdendo o pouco e precioso tempo que dispunha, depara-se com uma realidade inevitável. Não poderia preencher o vazio que encontrava em sua alma.  Fechou os olhos, ainda na cama, derramou uma enxorada de lágrimas até encontrar a auto-estima que havia perdido em algum lugar do percurso.  As janelas estavam fechadas enquanto o sol brilhava do outro lado da parede. Ouvi-se o latido do cachorrinho e a risada das crianças que brincavam animadas em algum lugar da vizinhança. Na penumbra do quarto, pensou em tudo oque viverá naqueles dias, todos os planos, conversas, sonhos, confidências. Ofereceu uma parte verdadeira de si a alguém.  Lá no f

Quando o amor começa - Terceira Parte

"Esta é uma obra de ficção, qualquer semelhança com nomes, pessoas, factos ou situações da vida real terá sido mera coincidência." A manhã de segunda despontou com pesadas nuvens ocultando o sol, permitindo apenas que tímidos raios iluminassem a cidade, fazendo a diferença entre a madrugada e a manhã.  Marcela havia dormido além do limite necessário, e consequentemente chegado atrasada ao trabalho. Adentrou as portas do setor caminhando silenciosamente até a mesa, com o olhar cabisbaixo, mas antes pode perceber o semblante de reprovação da chefe que custaria-lhe uma advertência verbal, já que não tinha nenhuma explicação plausível para o atraso.  “O que houve?” Sussurrou Letícia. “Perdi a hora.” Respondeu no mesmo tom.  Iniciaram a tarefa diária. As manhãs de segunda na maioria das vezes eram bem tranquilas, sem muito trabalho acumulado. Mas nunca se sabe oque pode acontecer ao longo do dia.  Fábio já estava do outro lado da sala, compenetrado no seu trabalho. Como se a

A valsa

"Esta  é uma obra de  ficção ,  qualquer semelhança  com nomes, pessoas, factos ou situações da vida real terá sido mera coincidência." Envolta na melancólica existência a se chamar de vida, tomava o dejejum a pensar oque seria aquele dia. Triturando o pão já endurecido, empoeirava com as migalhas a veste azul marinha, desbotada por constantes lavagens e exposições ao sol. Ansiava mais que a rotina mecânica sem nenhuma atribuição intelectual. Com os olhos fixos em lugar nenhum, inquiria-se sobre oque há por trás da cortina da morte, quem sabe uma breve pausa para o caminho enfadonho e sem perspectiva que operava. Com a saúde razoavelmente boa, na faixa etária dos 30, não veria bater em sua porta a não ser que fosse convidada. Tomou o copo quente de café, quase que amargo e o fez descer pela garganta de uma vez só. Chacoalhou as migalhas e partiu para o local de trabalho, sem despedidas. A felicidade alheia era um aguilhão para a alma enfraquecida. Inclinou-se sob

Amarração - Parte 2

"Esta é uma obra de ficção, qualquer semelhança com nomes, pessoas, factos ou situações da vida real terá sido mera coincidência."   Na manhã seguinte levantou-se bem cedo. O sol ainda nem tinha nascido e Tereza já estava pronta para descer a ladeira com a filha nos braços, que ficava com a avó o período da manhã até o horário da escola. Depois de ter entregue a garota, desceu apressada afim de chegar ao cemitério antes da abertura dos portões. Teve de esperar cerca de 40 minutos, até que enfim chegou um homem moreno com seus quase 50 anos que tirou as correntes que uniam a entrada com um cadeado comprido. _ Bom dia! Disse-lhe o homem que pelo uniforme, seria o coveiro. _ Bom dia! Respondeu com semblante recaído. Na tentativa de passar uma imagem de pena. Propícia a uma mulher que viera cedo visitar a sepultura de um ente querido. _ Cedo pra buscar terra, não? Ela olhou nos olhos do homem desconfiado. Certamente já estava habituado a visitantes que não g

Quando o amor começa - Segunda Parte

"Esta é uma obra de ficção, qualquer semelhança com nomes, pessoas, factos ou situações da vida real terá sido mera coincidência." A semana passou tão rápido quanto se foi os dias de descaço. No fim de tarde de domingo, depois de muita insistência de sua mãe, decidiu sair para dar uma volta. Não lhe custava nada ver como andava o movimento na pacata cidade interiorana. Com o tanque pela metade precisava mesmo por pra rodar o carro na garagem parado a dias.  Numa das ruas sentido centro, avistou caminhando na calçada o jovem Fábio. Aquele mesmo que tinha invadido seus sonhos na ultima terça-feira e quem evitara olhar ou pronunciar o nome no decorrer da semana. Não achou educado seguir em frente sem dirigir-lhe um cumprimento. Por certo não era uma mulher mal educada. Apertou a buzina, fazendo com que ele se virasse em direção ao som, forçando os olhos para enxergar quem estava atrás do volante do carro verde musgo.  Acenou de volta num cumprimento  e deu-lhe um sinal

Amarração - Parte 1

"Esta é uma obra de ficção, qualquer semelhança com nomes, pessoas, factos ou situações da vida real terá sido mera coincidência." Dedico esse conto ao amigo B.F, digno de todo o meu apreço por permitir uma exposição fantástica a sua vida enfadonha. rs Aspirou o odor fétido da camiseta de três dias de uso e franziu a fronte numa expressão de descontentamento evidente a quem quer que fosse. Apertou os lábios evidenciando a continua exteriorização de seu espirito infeliz e assim continuou até o entardecer. Poucas palavras foram ditas até o momento em que atravessou os grandes portões libertando-se da gaiola basilar que mal pagava o aluguel. Ao chegar em casa não teria alegrias, não se acostumou com a rotina desgostosa que alguns chamavam de vida, ela apenas sobrevivia. Como sempre as portas estavam abertas e a pia coberta de louças até o teto, as crianças ainda com a roupa da escola aguardavam a expulsão diária, atitude totalmente dispensável visto que já tinha