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Quando o amor começa - Segunda Parte

"Esta é uma obra de ficção, qualquer semelhança com nomes, pessoas, factos ou situações da vida real terá sido mera coincidência."


A semana passou tão rápido quanto se foi os dias de descaço. No fim de tarde de domingo, depois de muita insistência de sua mãe, decidiu sair para dar uma volta. Não lhe custava nada ver como andava o movimento na pacata cidade interiorana. Com o tanque pela metade precisava mesmo por pra rodar o carro na garagem parado a dias. 
Numa das ruas sentido centro, avistou caminhando na calçada o jovem Fábio. Aquele mesmo que tinha invadido seus sonhos na ultima terça-feira e quem evitara olhar ou pronunciar o nome no decorrer da semana. Não achou educado seguir em frente sem dirigir-lhe um cumprimento. Por certo não era uma mulher mal educada. Apertou a buzina, fazendo com que ele se virasse em direção ao som, forçando os olhos para enxergar quem estava atrás do volante do carro verde musgo. 
Acenou de volta num cumprimento  e deu-lhe um sinal de espera, que a fez acelerar o coração enquanto encostava o carro. 

_Ei Marcela, você não pode me dar uma carona?

_Depende, se estiver no meu caminho... Pra onde você vai?

Ele sorriu, ela manteve-se séria. 

_Pra casa. 

_Sobe ai! 

Elevou a trava saltando para dentro do veiculo que tão logo saiu em movimento na batida da porta. 

_E ai como foi o final de semana?

_Normal como sempre. 
Respondeu ela, olhando os demais carros pelo retrovisor. 

_Tá indo pra onde?

_Só dando uma volta. Ele ficou parado a mais de uma semana, não é legal pro motor né?

_Aham. 

Fez-se um silêncio momentâneo que parecia durar séculos. Ele quebrou o gelo. 

_Tá afim de tomar alguma coisa?

_Ué, você não tá indo pra casa?

_Sim, mas se eu te convidar pra entrar não ia cair bem né?

Eles riram. 

_Palhaçada hem Fabio! 

_E ai?

_Ok! Onde?

_Para ali.

_Beleza! 

Manobrou o carro até posiciona-lo adequadamente no estacionamento transversal. Havia um barzinho com mesas do lado de fora tendo a vista da praça do lado oposto.

_Aqui tá bom pra você? 
Perguntou Fábio. 

_Tranquilo. 
Assentiu com a cabeça.

Sentaram-se, um frente ao outro. E logo foram atendidos pela garçonete com um avental branco encardido.

_Oque vão pedir?

_Trás uma cerveja e dois copos. 

_Eu um suco de abacaxi por favor.

_A é! Esqueci... Você tá dirigindo.

_Se beber não dirija, né?

_É oque dizem... 

Não demorou muito a atendente voltou trazendo a cerveja com os copos e avisou que o suco já estava sendo feito. 

_Não quer nem um gole? 

_Não, não!

_Você não bebe? 

_Até que bebo, mas preciso te levar em casa. 

_Como se uma cerveja fosse me derrubar. 

_É o que dizem...

Todo o gelo foi quebrado e mantiveram uma conversa amistosa e bem humorada até terminarem as bebidas. 

_Quer comer algo Marcela?

_A não, eu tô legal. Tá ficando tarde, se ainda quiser minha carona...
Levantou as sobrancelhas apontado os olhos para o carro.

_Beleza, vou acertar a conta.

Marcela meteu a mão na bolsa tira colo, pondo a mostra a carteira feminina. Fabio levantou-se ignorando-a. Foi até o caixa e na volta respondeu com um sorriso:

_A próxima é por sua conta!

_Haha, quem disse que haverá próxima?

_A esperança é ultima que morre... é oque dizem. 

Ele deu de ombros sorrindo. 

O caminho para casa foi banhado a musica e conversas aleatórias. 

_É aqui!

_Beleza!

_Obrigado pela carona.

Disse Fábio saindo do carro. 

_Obrigada pelo suco.

Bateu a porta e abaixou-se para olhar o rosto feminino atrás do volante. 


_Quer entrar? 
Convidou-a com um costumeiro sorriso.

_Nem no sonho. 
Gargalhou.

Fez o motor roncar, acelerando-o com o pé ainda na embreagem. 

_Até mais.

_Até amanhã!

Saiu Marcela vendo pelo retrovisor o rapaz que ficou na calçada. Um sorriso havia substituído toda a lamentação do fim de relacionamento de anos, e ela ansiava encontrar novamente Fábio. O rapaz da mesa ao lado. 

Continuará...

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