"Esta é uma obra de ficção, qualquer semelhança com nomes, pessoas, factos ou situações da vida real terá sido mera coincidência."
Dedico esse conto a um "amigo", que após vivenciar incríveis experiencias, teve uma grande decepção. A você: T.
Fechou os olhos, ainda na cama, derramou uma enxorada de lágrimas até encontrar a auto-estima que havia perdido em algum lugar do percurso.
As janelas estavam fechadas enquanto o sol brilhava do outro lado da parede. Ouvi-se o latido do cachorrinho e a risada das crianças que brincavam animadas em algum lugar da vizinhança. Na penumbra do quarto, pensou em tudo oque viverá naqueles dias, todos os planos, conversas, sonhos, confidências. Ofereceu uma parte verdadeira de si a alguém.
Lá no fundo talvez soubesse que aquilo não terminaria bem, mas resolveu levar adiante o inevitável. As lágrimas eram uma mistura de arrependimento, dor, perda, e tristeza.
Pensativa caminhou pela casa e procurou algo que pudesse preencher oque estava faltado. Não encontrou.
Depois de algum tempo, descobriu uma verdade absoluta, sincera e muito real: Não se pode querer oque não foi feito para si. Não se pode ter oque a ti não pertence. Não se pode ser, oque não é.
Oque ela era? Uma mulher, com seus quase 30, projetando uma relação virtual, sem nenhuma garantia com um jovem de 23, que por certo não acabaria bem.
Antes do fim da manhã, após ponderar desativar os contatos e tomar medidas enérgicas para algo irrelevante, concentrou-se em si mesma. E ao som de Djavan, fez uma das melhores escolhas que podia ter feito naquela manhã de sábado:
Aceitar.
Aceitar a perda, tal como se aceita uma morte. Pessoas vem e vão em nossas vidas, algumas permanecem por muitos anos, outras não duram mais que uma semana. Algumas são capazes de doar sua vida e parte do seu coração a você, outras reservam lhe parte do seu tempo ou oque resta dele.
Ao final disso, abriu as janelas da casa e da alma. Penteou os cabelos e lavou o rosto. Varreu a casa e espanou a mobilha. Sentou-se diante da escrivaninha e rascunhou seus sentimentos, pondo um ponto final ao que aconteceu, mas essa vez, ao som de Jorge Vercillo: "Eu não tô nem ai, eu não tô nem aqui pra oque dizem, eu quero é ser feliz...".
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