"Essa é uma obra de ficção, qualquer semelhança com nomes, pessoas, factos ou situações da vida real terá sido mera coincidência." Em algum lugar entre o verde e o azul, estava Maria. Colhia o ouro que depois de lavado, secado, torrado e moído enriquecia seu senhor. Carregava no ventre o fruto de um amor proibido, semente ainda oculta pelas camadas de pele e algodão. Tinha um sonho chamado liberdade, que ia além do azul e do verde. Num lugar desconhecido, talvez depois daquela serra, onde a vista do feitor não alcançaria. Pobre Maria, se soubesse que o futuro finda depois das sete e meia na chibata do carrasco, talvez tivesse criado asas e cortado o azul dos céus alcançando o esconderijo na serra. Dançaria de mãos dadas a outras mulheres, cantaria as canções da terra que não conheceu... Seria feliz antes de descer à cova rasa da escuridão. Amaria o filho mestiço, e lhe contaria os segredos que só as mães de cor sabem. Não esconderia a identidade nobre do pai, ma...
Dos muitos caminhos onde eu andar, e das águas que atravessar...