"Esta é uma obra de ficção, qualquer semelhança como nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real será mera coincidência,"
Dedico este conto a uma pessoa que conheço a alguns anos, porém eventos atuais nos fizeram aproximar, e simpatizei-me por ele. Um grande companheiro de trabalho e cúmplice das peraltas brincadeiras do coração. B.F
Tereza era uma menina rebelde, acostumada a ter o que queria e com lábios muito astutos, sempre prontos para persuadir quem quer que fosse. Porém por mais que tentasse não conseguia virar a cabeça do jovem Antônio, que tinha no seu coração o desejo de tornar-se padre.
Quando crianças eles corriam juntos pela pequena vila, e Tereza sempre dizia:
_ Um dia ei de dar-te um beijo!
Antônio benzia o corpo e sussurrava baixinho: “Sai de reto Satanás!”
Dias se passaram e Tereza convidou toda a vizinhança para sua festa de aniversário, inclusive Antônio que, a essa altura, já estava com as malas prontas para seguir seu destino rumo ao sacerdócio.
Dona Maricota alertou:
_ Não vá meu filho, tu sabes os comentários sobre essa moça.
_Ela é só uma amiga mãe. Não tardo a chegar.
Porém o que Antônio não sabia era que Tereza descendia de uma linhagem de feiticeiras e que na noite do seu décimo quinto aniversário, com o alinhamento de saturno, seus poderes eclodiriam, e ela seria um feiticeira formada.
Ao chegar na casa de Tereza, logo foi recebido por uma senhora idosa um pouco embriagada e com roupas um tanto quanto inapropriadas para a ocasião. Adentrando o lugar, viu pessoas estranhas, que não tinha visto antes na região. As mulheres estavam muito elegantes com cabelos compridos e uma maquiagem marcante. Os homens um pouco mais reservados conversavam numa roda discreta. Havia dois os três amigos em comum, e nada mais, mas até mesmo eles pareciam estar embriagados demais.
_ Beba! É o melhor vinho de toda a região!
Ofereceu um senhor desconhecido de meia idade que parecia recepcionar os convidados.
_ Desculpe senhor, mas não posso beber! Sou um religioso.
_ Que maravilha! Dizem que Jesus era um ótimo fabricante de vinhos! E um apreciador nato. É certo que este não se trata dessa nobre safra sagrada, mas me sentirei ofendido com a sua recusa.
Insistiu o homem apontando-lhe uma taça transbordante de vinho tinto. Um pouco sem graça Antônio pegou-a e deu a princípio algumas bicadinhas. Porém o sabor era suave e agradável ao paladar, e aquela foi a primeira de muitas.
No final da noite, Antônio estava totalmente embriagado. E não aguentou voltar para casa. Foi necessário pernoitar ali, até o romper da aurora. Aprontaram pois o quarto de hóspedes e dois companheiros trataram de deita-lo e tirar-lhe os sapatos.
Já era tarde, e todos haviam ido dormir. Exceto a jovem aniversariante, que não perderia a oportunidade de dar um beijo naquele por quem sustentava um amor infantil. Sorrateiramente adentrou o quarto de Antônio e despiu-se, deitou-se ao seu lado, que a essa altura estava totalmente inconsciente.
Na manhã seguinte Antônio teve um grande susto ao ver a jovem deitada nua ao seu lado. Sua pele cheirava lavanda e as curvas do seu corpo pareciam uma obra de arte refletida sobre os primeiros raios de sol.
_ Valei-me São José!
Deu um grito saltando da cama. Preocupado se estava vestido adequadamente e olhando pelos lados desconhecendo o ambiente.
_ Acalme-se Antônio, não ocorreu nada. Você se embriagou e teve que pernoitar aqui.
Aliviado com a resposta tratou logo de calçar os sapatos e ajeitar a roupa amassada.
_ Agradeço-lhe pela pousada hospitaleira! E peço-lhe desculpas se algo inconveniente aconteceu, mas agora tenho ir.
Erguendo o corpo Tereza sentou-se sobre a cama exibindo os seios bem feitos adornados pelos mamilos cor de rosa.
_ Antes de ir, sabe que está em dívida comigo.
Assustado Antônio evitava olhar para a mulher com as mãos sobre os olhos.
_ Não posso fazer isso, tu sabes que meu destino está traçado!
_ Isso eu bem sei, mas não te impede que me dê o presente que espero desde nossa meninice. Sabes que não tem alternativa, ou assim fazes, ou direi a toda a vila que o desonrei.
Ao terminar de dizer essas palavras Tereza deu uma grande gargalhada, daquelas que só as bruxas conseguem dar, e deitou-se novamente na cama. Convidando Antônio para se deitar junto a ela com o dedo indicador. No início houve um sentimento de recusa, mas logo algo misterioso ocorreu, quando deu por si, já estava nos braços de Tereza atrelado num beijo envolvente.
Sentiu a língua de Tereza dentro de sua boca que dançava envolvente e convidava-o a ir mais adiante. Logo jogou-se em cima dela, e tocou-lhe o sexo. Sentiu o liquido quente que corria das suas entranhas e Tereza sussurrava pedindo que ele a penetrasse, já desabotoando-lhe os botões da calça. Mas uma conhecida voz, fez-se ouvir na alcova. Era Dona Maricota que veio a procura do filho.
Antônio levantou-se apressadamente e fez o sinal da cruz olhando a mulher insinuante. Tereza olhou-o provocante e tornou a deitar-se com um sorriso maldoso nos lábios.
Saindo da casa de Tereza, dona Maricota disse:
_Eu te falei meu filho que essa moça era perigosa.
_ Não aconteceu nada mãe, posso te garantir!
Caminharam juntos para casa mãe e filho e não tocaram mais no assunto. Quanto ao seminário, não saberei dizer se Antônio conseguiu cumprir seus votos. Talvez tenha pensado melhor ou os encantos de Tereza o fizeram desistir de vez.
Comentários
Postar um comentário